RaceBrazil

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sábado, 24 de abril de 2010

Antonio Zullino - o aventureiro

Meu avô Antonio Zullino como motorista do Hotel Esplanada em 1920, devia ter uns 33 anos na ápoca. Meu avô começou a trabalhar desde menino como ferreiro e com a chegada dos automóveis passou a mecânico e motorista, não era qualquer um que dirigia as trapizongas.

Que carro será esse da foto? Acho que um Marmon talvez?

Montou uma oficina na Bela Vista, hoje em dia Bexiga, oficina que foi comprada por um Senador que queria a oficina apenas para seus carros e que meu avô dirigisse os carros dele em viagens para o interior, pura aventura, nem estradas existiam, apenas caminhos de carroça.

Depois de algum tempo ele foi contratado pela Brascan (dona da Light, Cia. de Gás, Cia. Telefônica) para ser motorista de viagens, os canadenses andavam pelo Brasil à procura de jazidas minerais e o Senador indicou meu avô como a pessoa que poderia dar conta, ele tinha fama de consertador de tudo e de nunca ficar na estrada por maior dano que houvesse.

Meu pai contava que iam em dois Rolls Royces completamente abertos e iguais levando peças, barracas, provisões. Ao chegar em uma vila ou cidade, a primeira coisa que meu avô procurava era o ferreiro, pois sabia que lá tinha uma forja. Ele punha a "inglesada" no fole da forja e passava a noite batendo ferro fazendo molas, arrumando eixos, enfim, refazendo os carros. No dia seguinte continuavam a viagem, chegaram a ir até Goiás dessa maneira, andando em caminhos de carroça e de manadas de gado.

A "inglesada" achava o máximo, disputavam a tapa a aventura das aventuras, os brasileiros da Brascan não iam nem amarrados. Essa é a diferença.

No entanto, essas aventuras custaram caro, meu avô morreu em 1940 com 53 anos vítima de doenças adquiridas nessas viagens. Embora fosse um touro de forte não resistiu, mas levou a vida que sempre quis ter, era um aventureiro e principalmente um mecânico que tinha prazer naquilo que fazia, não havia carro que ele não consertasse.

Registre-se o fato de que a empresa foi solidária e não mediu esforços para o tratamento, uma coisa muito diferente do que as empresas nacionais faziam.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

A História do Automobilismo Brasileiro - Cap 10

O Speed Channel levou ao ar o último capítulo da História do Automobilismo Brasileiro, um magnífico trabalho feito pelo Paulo Trevisan do Museu do Automobilismo Brasileiro. Esse capítulo mostra os carros do museu andando no Autódromo de Guaporé.

A série completa foi colocada no Youtube pelo Julio Cesar Kronbauer, é só ir no perfil dele no Youtube e ver todos os vídeos: http://www.youtube.com/user/jckronbauer

Como um dos participantes do evento, agradeço ao Paulo Trevisan a oportunidade de ter me divertido muito guiando os carros do museu em Guaporé. Coloquei abaixo a parte 3 onde apareço guiando o Fittivê aos 3:06.


domingo, 4 de abril de 2010

Landi F1, o carro que mudaria as coisas?

O Landi Fórmula 1 de 1961/62. Construído pelo Chico Landi e pelo Tony Bianco. A inspiração foi a Ferrari Shark Nose campeã mundial com Phill Hill em 1961.

O carro era equipado com um motor de Alfa Romeo dois litros, o mesmo do Jk com carburadores duplos Weber. Não sei que câmbio utilizava, mas talvez um VW ou Renault adaptados ou uma caixa Colloti.

Participou de uma corrida, apenas duas voltas dos 500 km, pois teve um acidente fatal que matou o piloto Celso Lara Barberis.

O Ricardo Cunha que um dos mais completos historiadores do automobilismo brasileiro corrigiu em um post acrescentando mais duas corridas conforme:

07/09/1962 - 500 Km de Interlagos -Mecânica Continental e Fórmula Júnior - Não terminou - Francisco Landi - O carro foi terminado às vésperas da prova.

25/08/1963 - Circuito de Araraquara - Mecânica Continental e Fórmula Junior - Primeiro colocado - Francisco Landi

07/09/1963 - 500 Km de Interlagos - Mecânica Continental e Fórmula Júnior - Não terminou, devido ao acidente sofrido - Celso Lara Barberis

Não vi o acidente, mas cheguei logo depois e vi o carro destroçado e de cabeça para baixo nas imediações da curva da Junção. A corrida era pelo anel externo.

O Celso Lara se chocou na reta entre a curva 3 e a subida do Box com a Maserati do Amaral Junior, mas apesar da celeuma tudo ficou como acidente de corrida, o que foi mesmo. O Fórmula fazia curvas melhor e a Maserati andava mais nas retas graças ao motor Corvette e na segunda volta acabaram se tocando.

O Landi e o Bianco desgostosos picaram o carro e usaram a mecânica em outras coisas, só restou a foto. Quem viu, viu, o carro era muito bonito.

O que nos faz pensar que no caso do carro ter sido um sucesso o rumo do nosso automobilismo seria outro.